Editorial
Muito trabalho pela frente
Diz o mito que Sísifo foi condenado a, por toda a eternidade, rolar uma pedra ladeira acima para, na sequência, ela descer de novo e repetir o processo. Albert Camus, anos depois, diz que há que se considerar que Sísifo estava feliz porque aceitou o trabalho. E é assim, mais ou menos, que funciona o trabalho de liderar uma gestão pública, no fim das contas. É um processo sem fim e eterno. Mas há que se estar feliz e motivado para fazê-lo e é isso que o eleitor precisa lembrar em mais um ano eleitoral.
O Diário Popular relata quase que diariamente algum problema da cidade. Não por vontade da equipe, nem por falta de outro assunto. Mas é parte do papel da imprensa jogar luz às situações que ocorrem por aqui. O principal motivo para tanto há que ser levado em consideração: Pelotas atravessa uma crise financeira terrível, que afeta diretamente a estrutura da cidade. Quem sentar na cadeira deixada por Paula Mascarenhas saberá que terá uma montanha enorme de contas para lidar e de situações para resolver. Ou seja, vai ter que trabalhar muito.
Na edição do final de semana passado, este Editorial citava que os partidos se movimentam, mas até agora não há muita proposta. O mesmo vale para o Legislativo. Cada vez mais pipocam nomes de pré-candidatos. As redes sociais são inundadas de vídeos acusatórios contra o atual governo, contra a atual legislatura da Câmara ou contra potenciais candidatos. É normal, muitos tentam chamar atenção. No entanto, mais uma vez, é urgente lembrar: e as propostas? E os caminhos? O que vocês querem, se forem eleitos?
A próxima pessoa a ocupar a principal cadeira do Paço Municipal precisa estar cheia de energia. Os problemas relatados nas reportagens do DP são apenas parte de tudo o que há para se resolver em quase todas as frentes: educação, saúde, segurança, infraestrutura, assistência social e muito mais. Há muito o que se fazer e é preciso um trabalho bem pensado e bem estruturado, bem como um Legislativo dedicado a colaborar com a cidade e não com o próprio ego e com projetos pessoais de poder, como muito se vê.
Os 23 escolhidos pelos pelotenses em outubro - prefeito, vice e 21 vereadores - precisam saber que vão ter muito trabalho e muita cobrança pela frente. E precisam estar felizes com isso. Caso o contrário, não servem para a comunidade.
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